Por que é tão difícil a comunicação entre o casal?

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     É comum ouvirmos dizer que a base para um relacionamento sólido e duradouro é a comunicação, que quando o casal conversa a vida a dois segue mais fácil e as coisas entram no eixo. É possível que as pessoas se perguntem então: por que é tão difícil falarmos para a pessoa que está ao nosso lado aquilo que sentimos e esperamos dela? Por que é tão complicado nos comunicarmos de maneira assertiva?

     De fato a comunicação é um dos possíveis caminhos para que os casais entrem em acordo e tenham a possibilidade de conviver em harmonia. Mas basta olharmos para nós mesmos que iremos perceber o quanto é difícil falar a respeito dos nossos sentimentos, o quanto é complicado expor nossas crenças, nossas convicções e muito mais, o quanto é difícil expor ao outro os nossos sentimentos.

     É no campo do sentir que estão as maiores dificuldades de nos comunicarmos, muitas vezes não falamos a respeito das nossas dores nem a nós mesmos, que dirá ao outro. Aquilo que está em nosso intimo seja um desejo em relação ao outro, seja uma projeção no outro daquilo que somos não é simples de ser compartilhado, pois guarda em si o peso da nossa maneira de sentir, guarda em si a pureza de nossa essência.  

     Sendo assim, a maioria das discussões nos relacionamentos tem seu cerne na expressão daquilo que sentimos com determinadas atitudes do outro, buscamos muitas vezes de uma maneira “bruta” expor aquilo que sentimos como se a “culpa” da minha reação fosse do outro e vice e versa.

              Um casal (Pedro e Aline) estava em uma festa de casamento. No meio da festa o namorado de uma amiga decide presenteá-la com uma flor que estava no arranjo de mesa.  A amiga fica feliz e compartilha sua alegria e entusiasmo com Aline.

          Minutos depois Pedro, percebendo o quanto a amiga de Aline havia ficado feliz em receber a flor do namorado dela, decide presentear Aline com outra flor.

      O comportamento é oferecer flores. Pedro julga aquela atitude como romântica e especial.

             Aline ao receber a flor pergunta para Pedro: poxa, você só me deu essa flor porque você viu o namorado da “Fulana” entregando a flor para ela não é? Essa atitude nunca iria sair da sua cabeça.

             Aline tem uma interpretação totalmente diferente da de Pedro, ela julga a atitude como cópia da atitude do amigo, sente-se desvalorizada. Inicia-se então uma discussão. 

      Quando há conflito sem comunicação, cada um defende o seu ponto de vista e a discussão vira uma briga para defesa de diferentes pontos de vista. Mais uma “DR” (discussão de relacionamento), daquelas que destroem os relacionamentos aos poucos, visto que cada parte compreende que o seu ponto de vista é o verdadeiro (e de fato o é).  

   Fazendo o exercício de olharmos para as nossas próprias dificuldades em comunicarmos ao outro aquilo que sentimos ficará mais fácil compreender a dificuldade do outro em se expressar nos momentos de conflito, ou mesmo no dia a dia do casal. A empatia é uma ferramenta importante para uma boa comunicação, para isso, é preciso que conheçamos primeiramente a nós mesmos e depois a pessoa que está ao nosso lado.

     No caso do exemplo acima seria possível que no momento do conflito cada um deles expusesse seus sentimentos sem julgar o outro, apenas clarificando ao parceiro a maneira como se sentiu durante o ocorrido:

Pedro poderia dizer: Eu vi a atitude do nosso amigo, achei uma atitude romântica e achei diferente ele ter pensado em entregar uma flor do arranjo da mesa para ela, vi o quanto ela ficou feliz e como você ficou feliz por ela quando ela te contou. Senti vontade de te agradar, de ver você feliz e radiante como ela ficou. Fiquei muito triste com a sua reação, porque foi o oposto do que eu queria provocar em você.

Aline poderia dizer: Eu realmente fiquei feliz por minha amiga quando ela recebeu a flor e pensei: poxa, Pedro poderia ser tão romântico quanto nosso amigo, mas quando você me deu a flor eu senti que você tinha feito aquilo apenas por obrigação para não se sentir menos romântico que nosso amigo e não que tivesse feito por mim ou para me agradar.

    Quando ambos expõem seus sentimentos, sem julgamentos a respeito do outro, existe a possibilidade do casal se comunicar de maneira efetiva, e a discussão pode ser a partir de então uma maneira de pensarem juntos em como agir um com outro para que se sintam mais felizes e realizados. Por mais difícil que seja falar dos sentimentos é preciso que façamos um exercício para clarificar as informações, para nos certificarmos de que as mensagens chegaram ao outro livres de intercorrências.  

Jaqueline Polezei

Terapeuta de família e casal

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