O que os casais tem a aprender com a harpa?

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Hoje falo para os casais já formados e busco inspiração no texto do filósofo Khalil Gibran:

“Amai-vos uns aos outros, mas não façais do amor um grilhão:
Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas.
Encheis a taça um do outro, mas não bebais na mesma taça.
Dai de vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.
Cantai e dançai juntos, e sedes alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho,
assim como as cordas da harpa são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia.

Dai vossos corações, mas não confieis a guarda um do outro.
Pois somente a mão da vida pode conter nossos corações.
E vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia;

Pois as colunas do templo erguem-se separadamente,
E o carvalho e o cipreste não crescem a sombra um do outro.”

         Fomos construídos socialmente para viver um grande amor, para sonhar com um relacionamento perfeito, com aquela pessoa completa, da maneira que desejamos e esperamos. Bastam alguns envolvimentos amorosos para desconstruirmos esse ideal de relacionamento. Cada pessoa é única e se relaciona com o outro da maneira que ela vivenciou os relacionamentos em sua própria vida. Ninguém dá ao outro aquilo que não tem.

        Um dos grandes erros nos casais está em projetar essa expectativa social do relacionamento perfeito nos relacionamentos verdadeiros, a perfeição é um estado inatingível e quando a cobramos de nós mesmos ou do outro, estamos fadando o relacionamento ao insucesso.

         É preciso enxergar o outro como de fato ele é, e não estou falando aqui apenas de identificar qualidades e defeitos, estou falando de compreender e aceitar a essência humana que o outro trás consigo.  Para que exista um convívio harmonioso no casal não podemos querer transformar o outro naquilo que nós esperamos dele, ele é como é e precisamos aprender a respeitar isso.

         O casal é o pilar do templo da família e, portanto cada um precisa da sua individualidade para ser a sua parte de sustentação. Viver o amor simbiótico, no qual o outro é extensão de nós mesmos é o mesmo que nos desvalorizarmos enquanto seres humanos e desvalorizarmos a humanidade do outro. Em cada um de nós existe uma individualidade que grita por espaço.

        Dar espaço a individualidade não significa que os caminhos precisem ser distintos e que os acontecimentos do dia a dia não precisem ser partilhados, pelo contrario, quando isso acontece é possível ao casal experimentar uma convivência mais harmoniosa, conversas mais sinceras e verdadeiras e é possível partilhar verdadeiramente com o outro nossa opinião, nossos desejos, para que ao chegarmos a um consenso, um não esteja excluindo a vontade do outro. Nos relacionamentos ceder é necessário, mas o diálogo para que a concessões não se tornem imposições implícitas é essencial.

        Que estejamos com os ouvidos atentos a nossa humanidade e que possamos permitir que as pessoas ao nosso redor sejam elas mesmas e nos permitir sermos nós mesmos. Que possamos cantar e dançar juntos, e sermos alegres, mas que deixemos cada um de nós estarmos sozinhos, assim como as cordas da harpa são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia. 

Jaqueline Polezei

Terapeuta de Família e Casal

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